A designer e ceramista é uma das convidadas para a 2a edição do “The Collectors House” inspirada no pensamento artístico de Frans Krajcberg

Nos últimos dias 04 a 08 de setembro aconteceu a 2ª edição do “The Collectors House” durante a Semana do Design em Paris, em uma interação do Bref, Design Art, movimento que promoveu a comunhão entre o Brasil e a França, dois países que, este ano, se prepararam para celebrar o ano do Brasil na França e da França no Brasil em 2025.
A exposição levou o tema “Uma coleção para Frans Krajcberg”, artista polonês naturalizado brasileiro, que teve em sua obra uma reflexão sobre a paisagem brasileira, como a floresta amazônica, e sua preocupação com a preservação do meio ambiente.
A mostra contou com a curadoria da brasileira Pat Monteiro Leclercq e, entre os artistas convidados, está a designer e ceramista Sandra Arruda com sua obra “Colmeia”, uma instalação inspirada no momento que estamos vivendo de elucidação da interdependência dos seres vivos e a importância de preservá-los.

“Comecei a me interessar pela história das abelhas na humanidade e a importância que elas têm como um termômetro da nossa saúde e sustentabilidade do planeta. Cientistas, como Einstein, documentaram que as abelhas são o nosso melhor termômetro, porque se forem extintas é um sinal de que a humanidade também está próxima do fim”, comenta Sandra.

Em uma narrativa que prima pela visão de sustentabilidade de Frans Krajcberg, a escultura Colmeia se baseia em um cacho composto de 10 a 12 vasos de tamanhos variados, realizados em cerâmica de alta temperatura, com a técnica fitas, identidade da designer, e um vaso com a técnica artesanal de mono queima e uma intervenção desconstrutiva, com uma peça quebrada no chão, simbolizando o impacto da natureza sobre nós.

A série Colmeia visa refletir as diferentes gerações – adulto, jovem e criança – representando a questão do tempo à própria escultura e refletindo sobre a finitude da humanidade, ou seja, ela traz a questão do tempo e a urgência de conscientização nesse momento.

Desde 2013 a artista Sandra Arruda assumiu seu design autoral paralelo ao mobiliário corporativo, com a criação e desenvolvimento de produtos. Em 2019 a designer lançou sua coleção de cerâmicas no Teatro São Pedro, um clássico no centro de São Paulo, em uma exposição em que o público interagia com o cenário composto por suas peças. Na sequência, em 2023, inaugurou seu espaço expositivo na Galeria Metrópole, que se tornou um polo de arte e design no centro de São Paulo, onde suas peças de mobiliário, têxtil e cerâmicas autorais podem ser apreciados pelo público.
“A cerâmica é uma linguagem que eu me relaciono com muita intimidade desde os 15 anos, antes como um hobby. Me sinto feliz em apresentar meu trabalho de ceramista na Paris Design Week. Sou representante de duas empresas italianas de design e arquitetura, também já trabalhei com a Etel e anualmente viajo à Itália. Profissionalmente na França será a primeira vez”, comenta a artista.

A originalidade de sua técnica é facilmente notada em suas peças e já renderam parcerias com a Dpot Objeto e Hotel Fasano, com a coleção “Fitas”, com inspiração nos ciclos da vida.
A exposição The Collectors reúne designers e artistas brasileiros e acontece no renomado atelier parisiense de Frans Krajcberg, antes seu refúgio e hoje um museu, no Chemin du Montparnasse, uma viela bucólica na avenida do Maine, coração da antiga Paris.
Fotos: Maycon Dehan